Quando Maria deixou cair a xícara de chá no chão,
se sentiu leve.
Não havia mais a sensação do seu peso sobre suas pernas,
de seus dedos, dos seus braços, do seu calor.
Tudo estava em câmera lenta.
Ela olhou para um lado e para outro.
E viu.
Ao lado de sua cabeça, uma de cada lado,
estavam as pontas de suas asas.
Suaves, alvas e leves.
Rodopiou em torno de si como um cão atrás de seu rabo.
Queria ver, tirar, tocar.
Não entendia como de uma dormencia nos braços,
havia surgido aquilo.
Esticou-se. As asas ficaram maiores.
Tentou bater, voar.
E nunca mais olhou para trás...
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